Estudo liderado por investigadores do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa afirma que “Devemos rever as características dos trabalhadores e criar diretrizes para proteger a saúde mental na era do teletrabalho”

Sexta-feira, fevereiro 25, 2022 - 15:45

Devido à COVID-19, a situação pandémica veio mudar muitos aspetos da nossa vida quotidiana, como os aspectos económicos, sociais e de saúde. Com o confinamento, as formas de trabalho foram repensadas e o teletrabalho ganhou força como uma solução ao contexto pandémico, principalmente devido à facilidade de conexão proveniente das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) isto é, todas as plataformas digitais que usamos para trabalhar e estar conectados. No entanto, diversos autores têm referido o impacto do uso constante dessas tecnologias para a saúde mental e qualidade de vida dos trabalhadores.

“Quisemos perceber como é que esta tipologia de trabalho (teletrabalho) veio alterar as rotinas das pessoas e quais os perfis sociodemográficos que foram mais impactados” refere Ana Maria Abreu, investigadora da Universidade Católica Portuguesa.

Este estudo, publicado ontem, no International Journal of Environmental Research and Public Health mostra-nos dados que são muito importantes e que vêm fazer repensar a disseminação generalizada do teletrabalho, impulsionada pelo confinamento.

Percebemos que as TIC, que naturalmente têm um efeito muito positivo, no sentido que permitem a manutenção do trabalho em situação remota, podem ter efeitos nefastos para a saúde mental e que estes efeitos dependem das características sociodemográficas dos trabalhadores e das suas expetativas e percepções sobre as TIC.

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Referência: Mendonça, I., Coelho, F., Ferrajão, P., & Abreu, A.M. (2022). Telework and Mental Health during COVID-19. International Journal of Environmental Research and Public Health, 19(5), 2602.  https://doi.org/10.3390/ijerph19052602