Ingressei na Pós-Graduação em Neurociências da música em setembro de 2021. Integrar campos tão distantes do meio académico como a neurociência e a música pode ser uma tarefa difícil para quem passou a vida a especializar-se em apenas uma destas áreas. Entre os interessados que decidiram aventurar-se na primeira geração de alunos deste curso, encontrava-se uma miscelânea de profissionais e académicos das áreas da saúde, da música ou da pedagogia. Tal diversidade de perspectivas tão distantes permitiu a este grupo despertar discussões, levantar hipóteses, questionar paradigmas - os quais muitas vezes nunca consegui pôr em causa com os meus pares da área da música.
Quando iniciei o curso, fiquei inseguro sobre a capacidade que teria para estudar uma área tão distante da minha formação. Contudo, o corpo docente sempre receptivo e acolhedor pôde clarificar mesmo os assuntos mais complexos, criando uma ponte ideal para esta classe heterogénea. Além do mais, tivemos a oportunidade de absover e discutir com académicos que estão na linha de frente da neurociência e música em Portugal.
Como artista e pedagogo, a experiência de ter realizado esta pós-graduação permitiu-me ter ferramentas para perceber e pesquisar os fatores fundamentais da compreensão musical, assim como ter um respeito ainda maior pelo poder transformador da música.